Candidatos
investem recursos consideráveis em forma de tempo ou dinheiro para se
prepararem para entrevistas que podem dar acesso à faculdade ou ao emprego dos
sonhos. Nessas situações, os candidatos costumam ficar tentados a imaginar como
a entrevista vai se desenrolar e o que dirão: por que meu currículo é
interessante para este trabalho? Como posso contribuir com a empresa? Por que
quero trabalhar nesse setor?
Embora
seja importante pensar em respostas para essas perguntas, pesquisas recentes
sugerem que os entrevistadores estão em busca de uma mentalidade específica. Na
verdade, o que irá convencê-los a contratá-lo é a forma como você comunica uma
mentalidade poderosa, pois esse é um dos sinais de um ótimo recruta. Em meio à
crise, você sabe como tomar a decisão correta? Na hora de vender um produto,
você passará entusiasmo suficiente para o cliente?
Afinal de
contas, o que é essa mentalidade "poderosa" e como podemos
adquiri-la? A seguir, duas dicas para candidatos que querem fazer a diferença
durante as entrevistas: pense e aja de forma poderosa.
Candidatos
a vagas de emprego raramente estão em uma posição de poder, uma vez que os
entrevistadores decidem o destino de suas carreiras. Entretanto, a estratégia
vencedora nessas situações é pensar que temos o poder, a despeito de nossa real
posição.
Enquanto
candidato, como é possível formar uma mentalidade poderosa? Uma estratégia
simples é lembrar pouco antes da entrevista de uma situação em que esteve no
controle e evocar os sentimentos associados a essa memória --sentimentos de
confiança e competência, bem como de determinação na hora de tomar uma decisão.
Um dos
meus projetos de pesquisa recentes, o artigo "Power Gets the Job: Priming
Power Improves Interview Outcomes" --publicado em coautoria com Joris
Lammers, da Universidade de Colônia, na Alemanha, Derek D. Rucker, da
Universidade Northwestern, em Evanston, Illinois, e Adam Galinsky, da
Universidade Columbia, em Nova York, para a revista "The Journal of
Experimental Social Psychology"-- colocou essa ideia à prova.
Como
parte de uma sessão de entrevistas fictícias, dividimos candidatos a vagas em
escolas de negócios em três grupos. No primeiro, os candidatos escreviam uma
dissertação pouco antes da entrevista, contando sobre um momento em que
estiveram no poder. No segundo, os participantes também escreveram um ensaio,
sobre um momento em que não tiveram poder. O último grupo não precisou
escrever.
Então,
perguntamos aos entrevistadores qual seria a probabilidade de aceitarem o
candidato a uma escola de negócios. Quando os candidatos eram entrevistados sem
precisarem escrever, eram aceitos em 47,1% dos casos. Contudo, o nível de
aceitação passava a 68% no caso de pessoas que escreviam ensaios sobre um
momento em que estiveram no poder, mas caía para 26% no caso das pessoas que
escreveram ensaios sobre quando não tiveram poder.
Os
entrevistadores não sabiam da manipulação feita com os candidatos. Sendo assim,
a mera lembrança de uma experiência de poder aumentou em 81% a chance dos
candidatos serem admitidos em comparação com a linha de base e em 162% em
relação às pessoas que se lembraram de um momento de impotência.
Naturalmente
existem outras formas de lidar com os sentimentos de poder. Por exemplo, os
candidatos podem usar objetos que os façam se sentir poderosos, tais como um
relógio ou uma determinada bolsa --qualquer coisa que remeta a um sentimento de
poder.
O poder
não é apenas uma mentalidade, mas também um comportamento. Movimentos pequenos
e praticamente inconscientes também transmitem sinais de poder ao público e
podem mudar significativamente o rumo de uma entrevista.
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