Bebidas
clandestinas têm metanol, cobre e substância cancerígena, diz estudo da Unifesp
30/10/2012 - 19h51 | do UOL Notícias Aumentar tamanho da letra Diminuir tamanho
da letra Compartilhar Imprimir Enviar por e-mail Comente Patricia Stavis/Folha
Imagem Estudo da Unifesp mostra que bebida clandestinas, como cachaça de
alambique, contém substâncias tóxicas para a saúde Fernanda Cruz Da Agência
Brasil, em São Paulo Uma pesquisafeita com amostras de bebidas alcoólicas
clandestinas, como cachaças de alambique, uísques falsificados e licores artesanais,
apontou a presença de substâncias tóxicas como cobre, metanol e carbamato de
etila. O estudo foi feito em sete municípios de São Paulo e Minas Gerais pelo
Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas), da
Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Além do Brasil, participaram da
pesquisa países como Rússia, China, Índia, México e Sri Lanka.Os resultados
foram apresentados nesta terça-feira (30) durante um simpósio sobre o assunto
em São Paulo. Para as análises brasileiras, foram consideradas 65 amostras de
bebidas (51 somente de cachaças) colhidas nas cidades de São Paulo e Diadema,
na região metropolitana de São Paulo, durante o ano de 2010. Dessas, 61 foram
obtidas entre consumidores e vendedores informais. O restante foi pego
diretamente com produtores. "Coletamos, principalmente, as [bebidas] que
achávamos que eram falsificadas. Quando tinham rótulos, não tinham selo de
garantia do Ministério da Agricultura e os preços eram muito baixos",
explicou Elisaldo Carlini, professor do Cebrid e coordenador do estudo. Outras
87 amostras (63 apenas de cachaças) foram obtidas em cinco cidades de Minas
Gerais, entre elas a capital Belo Horizonte, além de cidades famosas pela
produção da bebida, como Passa Quatro e Salinas. As bebidas foram colhidas
entre 2011 e 2012, em bares e festas e com vendedores de rua. Ver em tamanho
maior Veja mitos e verdades sobre drogas Foto 22 de 24 - Fumar provoca câncer;
álcool não? MITO: "O álcool é o segundo fator de risco modificável para
cânceres, só fica atrás do cigarro", alerta Thiago Marques Fidalgo,
psiquiatra do Hospital A.C.Camargo. Os fatores "modificáveis" são os
que advêm dos hábitos das pessoas; os demais são fatores genéticos. "O
perigo do cigarro é muito divulgado, mas os efeitos tóxicos do álcool podem
provocar câncer por onde ele passa: boca, pescoço, cordas vocais, esôfago,
fígado, intestino", diz o médico. Quanto maior o consumo, maiores os
riscos Mais Shutterstock Bebida com metanol e cobre De acordo com Carlini, um
dos elementos tóxicos encontrados nas amostras foi o metanol, tipo de álcool
altamente tóxico e que, se ingerido, pode causar cegueira e até levar à morte.
Entre as amostras mineiras, em 25 do total de 87 garrafas foi encontrado
metanol, mas nenhuma das amostras ultrapassou o limite permitido de 200 partes
por milhão (ppm), disse Carlini. Das amostras paulistas, 24 das 54 que foram
levadas para análise apresentaram o álcool tóxico, mas apenas uma amostra de
vinho registrou índice acima do limite legal. Outro elemento presente nas
bebidas foi o cobre, que pode prejudicar a absorção de minerais no organismo. O
elemento foi encontrado em 11 amostras de São Paulo e em 15 das mineiras.
Algumas estavam muito acima do limite legal, de 5 ppm, chegando a 26 ou 27 ppm.
O carbamato de etila, um agente cancerígeno, também estava presente em 65 das
87 bebidas de Minas Gerais. “Em algumas amostras, [a concentração] era tão
grande que dava para saber que estava exagerado”, concluiu o pesquisador. Outra
irregularidade constatada foi que a concentração alcoólica de 27 das 51
amostras de cachaça de São Paulo e de 30 das 63 amostras de cachaça de Minas
Gerais ficaram abaixo do que determina a lei. "Ficamos surpresos. Não
sabemos se isso é ruim ou se é bom, nós só sabemos que não está legal."
Consumo de álcool Além de analisar as bebidas, o estudo ouviu 430 adultos do
Estado de São Paulo e 564 de Minas Gerais. Os participantes eram,
majoritariamente, homens com idades entre 18 e 30 anos e nível de escolaridade
entre nível médio e superior. A maioria dos entrevistados, 60,1% dos mineiros e
96,3% dos paulistas, declarou consumir álcool. O tipo de bebida mais frequente
foi a cerveja, seguido pelo vinho. A cachaça ficou em terceiro lugar como a
mais consumida em Minas Gerais e em quarto entre as preferidas dos paulistas.
As razões apontadas pelo estudo para o alto consumo da cachaça foram o preço
baixo e o fácil acesso à bebida. Comunicar erro Enviar por e-mail Compartilhar
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Fonte internet http://noticias.bol.uol.com.br
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