Sabe
aquele ditado “ruim com ela, pior sem ela”? Pois é, ele pode ser aplicado à
dor. Isso mesmo. O fato é que, apesar de ninguém gostar de sentir dor, ela é
muito importante para nossa saúde e bem-estar. Afinal, ela é um sinal de
alerta, indicando que algo está errado, e também um mecanismo de proteção,
apontando que há um perigo que deve ser evitado.
“A dor é um sintoma muito
importante, pois é a forma que o corpo tem de se comunicar com a gente, nos
informando de que algo está errado”, afirma o quiropraxista Luiz Miyajima,
pós-graduado em quiropraxia esportiva pela New York Chiropractic College (EUA)
e responsável pela clínica QuiroVida no Brasil. Quando uma pessoa sente dor, na
maioria das vezes ela tem duas reações: tomar algum medicamento que dê alívio
imediato ou ignorar e esperar passar. E as duas reações são muito perigosas.
Muitos brasileiros têm o costume de tomar medicamentos para eliminar a dor –
muitas vezes sem procurar assistência médica. Só que isso, além de não resolver
o problema, pode também agravá-lo. Afinal, os analgésicos eliminam a dor, mas
não a enfermidade, e não tratar a causa da dor pode fazer com que ela se agrave
e se torne ainda mais difícil de curar. “Devemos nos preocupar com o que está
causando a dor, e não somente em melhorarmos os sintomas. Descobrir a sua
origem é fundamental para evitar o agravamento do problema”, diz Miyajima. Além
disso, o abuso de analgésicos tem consequências ruins, pois, com o uso contínuo
de medicamentos, o cérebro pode passar a não produzir endorfinas, um analgésico
natural, e acarretar problemas como a cefaleia crônica diária. Por outro lado,
muitas pessoas acreditam que a dor é passageira e não é motivo para procurar um
médico. Mas isso é igualmente perigoso “Seria o mesmo que ter um alarme contra
incêndio e não tomar nenhuma atitude quando o mesmo dispara. Pode ser somente
um alarme falso, mas também pode ser um grande incêndio. Por isso a
investigação sempre deve ser realizada”, afirma Andreia Lusvarghi Witzel,
professora de Estomatologia Clínica da USP. Um bom exemplo dessa situação é o
câncer de boca: os pacientes geralmente procuram assistência médica somente
depois que a dor se torna muito grande, o que acontece quando o tumor já está
em estágio avançado - o que dificulta e pode inviabilizar o tratamento. Dores nas
costas, que geralmente são ignoradas, podem esconder problemas mais graves,
como o complexo de subluxação vertebral, uma disfunção articular que causa a
alteração da faixa normal de movimento e muitas dores nas articulações. Por
isso é importante não desprezar ou tentar disfarçar a dor, mas sim buscar suas
causas. Nenhuma dor, por menor que seja, deve ser ignorada. Se o corpo está
enviando um sinal de alerta, é importante ouvi-lo e investigá-lo. “O que temos
que ter em mente é que a dor só deve ser tratada depois de diagnosticada, pois
eu não desligo o alarme do incêndio enquanto não tiver certeza que o fogo está
apagado ou pelo menos que os bombeiros já chegaram”, ressalta Witzel. Se não
sentíssemos dor, provavelmente não saberíamos que estamos machucados ou
doentes, e não procuraríamos por tratamento Não sentir dor é problema Assim, a
dor tem um papel fundamental na sobrevivência e preservação. Afinal, se não
sentíssemos dor, provavelmente não saberíamos que estamos machucados ou
doentes, e não procuraríamos por tratamento, o que levaria a uma piora do
quadro e até mesmo à morte. Exagero? Nem um pouco. Algumas pessoas que sofrem
de uma doença rara chamada CIPA (insensibilidade congênita à dor) sabem bem
como é perigoso não ter esse alarme natural do corpo. Por uma disfunção no
sistema neurológico, elas simplesmente não podem sentir qualquer espécie de
dor. O que para alguns pode parecer uma grande vantagem na verdade é um risco
muito complicado. Afinal, por não sentirem dor, essas pessoas não percebem situações
como queimar a mão numa panela quente, cortar o braço em um objeto afiado ou
mesmo quebrar um osso. E isso pode ter consequências complicadíssimas, pois o
quadro não tratado pode se agravar ou evoluir para infecções. “Em geral pessoas
que sofrem desse mal morrem muito jovens, quase sempre por motivos banais como
queimaduras ou pequenos ferimentos”, aponta Witzel, A dor também pode ser
sentida em casos que não há um ameaça direta ao organismo, como por exemplo, em
casos de estresse, em que a pessoa pode sentir dores nas costas ou dores de
cabeça. “Não é necessário alteração ou lesão no organismo para causar dor”, diz
George Miguel Góes Freire, anestesiologista, acupunturista e algologista do
Hospital Albert Einsten. Mas mesmo assim ela se constitui um sinal de alerta de
que há algo está errado: senão no organismo, no modo de viver, sendo importante
agir para mudar o contexto – buscando o equilíbrio e o bem-estar – para
eliminar essa dor.
Fonte Internete noticias.bol.uol.com.br/ciencia
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