Um tratamento para problemas nos ossos, músculos e articulações que promete a
cura de males como hérnias e dores nas costas sem remédio nem cirurgia. Parace
mentira, mas existe. Trata-se da osteopatia, técnica criada no século 19 nos
EUA pelo cirurgião Andrew Taylor Still. Insatisfeito com os métodos disponíveis
na época para tratar os feridos na Guerra de Secessão americana, o médico
passou a estudar anatomia e fisiologia em cadáveres para tentar entender melhor
o funcionamento do corpo humano. A partir dos resultados dessas pesquisas, o
cirurgião desenvolveu o tratamento que consiste, basicamente, na estimulação
manual dos tecidos (articulações, músculos, tendões, fáscias, ligamentos,
cápsulas, vísceras, tecido nervoso, vascular e linfático), com técnicas
específicas, que incluem massagens e outros exercícios. Still acreditava que
essas intervenções poderiam aumentar a capacidade de recuperação do organismo
de forma natural. Divulgação A técnica é indicada para males como perda de
movimento, formigamentos e dores nas costas Segundo Juliano Wada,
fisioterapeuta especializado em osteopatia e acupuntura, o principal
diferencial da osteopatia é atuar nas disfunções e não apenas nos sintomas das
doenças. “As disfunções são o desequilíbrio ou o não funcionamento adequado de
determinada estrutura ou sistema, o que normalmente desencadeia os sintomas.
Não se trata de atuar apenas na melhora dos sintomas e sim atenuá-los a partir
do tratamento de sua causa”, explica ele. A técnica é indicada para problemas
no sistema músculo-esquelético que causem dores (cervicalgias, lombalgias,
dores no ombro, joelho, tornozelo, cabeça, hérnias de disco e ciáticas),
alterações de sensibilidade (formigamentos, diminuição ou aumento da
sensibilidade) e limitações articulares (perda do movimento) . “O principal
diferencial é a utilização somente do tratamento manual, com extrema eficácia e
sem a utilização de medicamentos e de processos cirúrgicos”, avalia o
especialista. Divulgação A osteopatia foca o paciente, e não a doença, para
tratar de males nos músculos, ossos e articulações No Brasil, a osteopatia
desembarcou apenas em 1989, quase um século depois da fundação da Escola
Americana de Osteopatia, nos EUA, em 1892. Hoje, há cerca de 1.000
especialistas na técnica no Brasil, número considerado baixo. “Isso se deve ao
tempo de formação e dificuldade da especialização. A França, por exemplo,
possui 30.000 osteopatas para uma população três vezes menor”, pontua Wada.
Apesar de ser considerada uma prática da medicina alternativa, a osteopatia é
reconhecida pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional
(Coffito) e só pode ser exercida por fisioterapeutas formados e com cinco anos
de pós-graduação específica na técnica. “Ela está baseada na anatomia, na
fisiologia e semiologia, e não deve ser considerada esotérica”, frisa Wada. “A
sua validade é bastante concreta tanto que a Organização Mundial de Saúde (OMS)
a recomenda”, conta ainda o fisioterapeuta. O tratamento começa com uma
avaliação minuciosa do paciente, que consiste em diversas perguntas sobre o
histórico de disfunções e doenças, cirurgias, sinais e sintomas, e as relações
entre eles. “Depois realizamos a inspeção e a palpação com diagnóstico clínico
(testes) e só então iniciamos o tratamento com técnicas específicas para cada
paciente. Portanto, as técnicas selecionadas e a evolução é totalmente
individual entre os pacientes com a mesma queixa”, relata o especialista. No
início, o paciente passa pela intervenção uma vez a cada intervalo de 7 ou 15
dias. Com a melhora do quadro clínico, o tempo entre as sessões pode ficar mais
espaçado. O tratamento não possui contraindicações. “Podemos abordar crianças,
bebês, idosos e gestantes, com um prognóstico positivo e rápido”.
Fonte Internet noticias.bol.uol.com.br/ciencia/2013/02/02/
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