O Brasil
é o maior mercado consumidor de crack do mundo e o segundo maior de cocaína,
atrás só dos EUA, conforme o segundo levantamento nacional de álcool e drogas,
da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, publicado nesta Folha em setembro de
2012.
Os dados
revelam que quase três milhões de brasileiros usaram cocaína no último ano e um
milhão utilizaram crack.
Os custos
desse padrão de consumo são enormes. Internações, violência, acidentes,
sofrimento familiar, desemprego e subemprego, faltas ao trabalho e baixo
rendimento.
O usuário
de crack apresenta uma miríade de problemas, necessitando também de tratamento
para outras dependências (maconha e álcool principalmente), além de frequentes
transtornos psiquiátricos.
O
tratamento deve ser diversificado, pois as necessidades costumam ser amplas e
cada paciente tem recursos e necessidades diferentes.
Enquanto
somos exemplo mundial no tratamento do paciente HIV, vamos conquistando o
título inverso em relação ao dependente de drogas, em especial o crack.
O combate
ao HIV poderia ser exemplo no enfrentamento do crack: investimento
governamental, mobilização social, informação, redução do preconceito, amplo
acesso ao melhor tratamento disponível.
Enquanto
isso não acontece, "medidas heroicas" surgem de tempos em tempos para
limpar a paisagem urbana e aliviar nosso mal-estar pelo imenso descaso.
Uma coisa
é certa: cedo ou tarde, todos nós pagaremos a conta... Aliás: já estamos
pagando.
HAMER
PALHARES
p(tagline) é médico psiquiatra e pesquisador da Uniad (Unidade de Pesquisa em
Álcool e Drogas) da Unifesp
Fonte HAMER
PALHARES ESPECIAL PARA A FOLHA
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