segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

A DOENÇA DO CRACK...



O Brasil é o maior mercado consumidor de crack do mundo e o segundo maior de cocaína, atrás só dos EUA, conforme o segundo levantamento nacional de álcool e drogas, da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, publicado nesta Folha em setembro de 2012.

Os dados revelam que quase três milhões de brasileiros usaram cocaína no último ano e um milhão utilizaram crack.

Os custos desse padrão de consumo são enormes. Internações, violência, acidentes, sofrimento familiar, desemprego e subemprego, faltas ao trabalho e baixo rendimento.

O usuário de crack apresenta uma miríade de problemas, necessitando também de tratamento para outras dependências (maconha e álcool principalmente), além de frequentes transtornos psiquiátricos.

Viciados do Crack no BrasilO tratamento deve ser diversificado, pois as necessidades costumam ser amplas e cada paciente tem recursos e necessidades diferentes.

Enquanto somos exemplo mundial no tratamento do paciente HIV, vamos conquistando o título inverso em relação ao dependente de drogas, em especial o crack.

O combate ao HIV poderia ser exemplo no enfrentamento do crack: investimento governamental, mobilização social, informação, redução do preconceito, amplo acesso ao melhor tratamento disponível.

Enquanto isso não acontece, "medidas heroicas" surgem de tempos em tempos para limpar a paisagem urbana e aliviar nosso mal-estar pelo imenso descaso.

Uma coisa é certa: cedo ou tarde, todos nós pagaremos a conta... Aliás: já estamos pagando.

HAMER PALHARES p(tagline) é médico psiquiatra e pesquisador da Uniad (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas) da Unifesp 

 Fonte HAMER PALHARES ESPECIAL PARA A FOLHA



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