Quem
faz o bem, ganha autoestima; passa a se sentir útil e importante para os
outros", diz o psicólogo Reginaldo do Carmo Aguiar Marina Oliveira e Rita
Trevisan do UOL, São Paulo Além da inteligência e da capacidade de analisar
criticamente as situações, os humanos são dotados de empatia, nome da
habilidade de se colocar no lugar do outro, de identificar o sentimento da
outra pessoa e compartilhá-lo. "Somos capazes de chorar pela dor de alguém
sem nem sequer conhecê-lo", diz o psicólogo especialista em terapia
comportamental pela Universidade Federal de Uberlândia, Reginaldo do Carmo
Aguiar. A partir daí, a conclusão seguinte é a de que, por mais competitivo que
seja o mundo atual, somos seres naturalmente predispostos a ajudar o próximo.
"Fomos feitos para praticar a bondade. Fazer o bem é uma ação natural para
o ser humano. Não é espontâneo, mas é algo que pode ser aprendido e
amadurecido", defende Jorge Claudio Ribeiro, filósofo e professor da
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Para Ribeiro, ninguém nasce
afetivo e solidário, mas é capaz de se transformar a partir da convivência com
pessoas sensíveis. Com este referencial, cada um será capaz de colocar para
fora o que há de melhor dentro de si e praticar a mais genuína bondade. "O
interessante é que para ser solidário não é preciso abrir mão de nada, mas
desenvolver uma nova maneira de enxergar as pessoas e uma nova postura para se
relacionar com elas", garante o pesquisador do setor de Medicina
Comportamental da Universidade Federal de São Paulo, Ricardo Monezi. Sob essa
ótica, fazer o bem torna-se um objetivo muito mais acessível, mesmo para quem
não pode dispor de horas do final de semana para atuar junto a um projeto
voluntário, ou mesmo reservar parte do salário para doar a uma entidade.
"Ser solidário é um compromisso que aos poucos toma conta da vida da
pessoa. Quem faz o bem no micro, acaba fazendo também no macro, de uma forma
muito natural, sem precisar escolher", afirma Ribeiro. Moral da história:
é possível começar a agir de forma solidária hoje. Agora. Pra ontem. A
tolerância, por exemplo, é uma forte demonstração de amor, na opinião de
Ribeiro. Deixar o outro ser quem ele é e aceitá-lo no estágio de crescimento em
que se encontra é, sim, uma forma de ser afetivo e desejar o bem daquela
pessoa. "A paciência é um exercício diário, desenvolvida por meio da
compaixão, do saber que o outro é tão humano quanto você, com qualidades e
limitações", reforça Monezi. Outras pequenas ações, que não custam tempo
ou dinheiro, também podem mudar o seu dia a dia e o de muitas outras pessoas.
"Ser gentil com aqueles profissionais que às vezes passam despercebidos,
como garçons, faxineiras e porteiros, é um cuidado simples e que muitos se
esquecem de colocar em prática", exemplifica Monica Portella, pós-doutora
em psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Inclua
nessa lista do bem sorrir mais e fazer os outros rirem, exercer a cidadania e
apoiar causas em que acredita. Além disso, enxergar o que há de melhor no outro
e encorajá-lo com expressões do tipo 'eu acredito em você' e 'eu tenho orgulho
de estar ao seu lado' serão diferenciais no seu comportamento. Tudo conspira a
favor E se você ainda precisa de motivos para tentar ser mais solidário, aí vai
uma lista deles. Em primeiro lugar, a prática do bem é reconhecidamente um meio
de ficar mais saudável, de fortalecer as suas defesas. "Há várias
pesquisas científicas que comprovam que fazer o bem melhora o sistema
imunológico, permitindo que as células de defesa respondam mais rápido ao
ataque de invasores como vírus e bactérias. A redução da liberação de hormônios
relacionados ao estresse, como o cortisol e a adrenalina, é outro
benefício", enumera Monezi. Na dimensão psicológica, se importar e apoiar
o próximo ajuda a reduzir os níveis de ansiedade e depressão, e pode até
aliviar os sintomas psicológicos relacionados à menopausa e ao envelhecimento.
"Quem faz o bem, ganha autoestima. A pessoa passa a se sentir útil e
importante para os outros. Quem pratica a solidariedade acaba percebendo uma
melhora significativa no humor com o passar do tempo e até uma facilidade maior
para as relações interpessoais", assegura Aguiar. Mas para colher tantos
benefícios, é preciso que a vontade de ajudar não implique em nenhum tipo de
expectativa em relação à resposta do outro, ainda que seja um simples
agradecimento. "A pessoa que faz o bem apenas para satisfazer uma
necessidade de reconhecimento não está verdadeiramente preparada para ajudar.
Precisa cuidar de si mesma antes de pensar em exercitar a solidariedade",
avisa Ribeiro. E finaliza: "Incorporar o hábito de fazer o bem não exige
só dedicação e disciplina, é preciso desenvolver um interesse especial pelo
resto do mundo, porque é isso o que nos impulsiona a ir além de nós
mesmos".
Fonte Internet noticias.bol.uol.com.br/entretenimento/2013/01/21
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