Por
mais que deseje descansar durante as férias, só de pensar em se afastar por um
mês você já se sente culpado? Esse sentimento pode ser consequência de vários
outros, como insegurança, receio de ficar desatualizado após um período fora da
empresa, temor de que suas tarefas não sejam bem executadas por quem vai
substitui-lo ou, ao contrário, que sejam realizadas com mais competência.
Segundo Daniela do Lago, mestre em administração e professora de cursos de MBA
da FGV (Fundação Getúlio Vargas), a pessoa que sofre com a culpa imagina que,
se os colegas não sentirem sua falta, podem pensar que ela não faz nada no
trabalho. Janaina Ferreira, especialista em Gestão de Equipes e Pessoas do
Ibmec do Rio de Janeiro, cita outra possibilidade: a de que o funcionário se
sinta mal por saber que seus colegas ficarão sobrecarregados durante sua
ausência. Porém, há, ainda, aqueles profissionais que julgam que ninguém será
capaz de executar suas funções tão bem quanto ele. "Isso demonstra
arrogância. É preciso ter humildade e saber que outros podem fazer nosso
trabalho tão bem feito quanto a gente faz", diz Janaina. Culpa ou medo? O
medo de perder o emprego impede que trabalhadores tirem férias ou as aproveite
bem. Por melhores que sejam as qualificações da pessoa, se lhe faltar
autoconfiança, ela pode ficar imaginando que sua cadeira estará ocupada quando
voltar. Ver em tamanho maior Profissionais de RH de grandes empresas dizem o que
fazer para ser promovido em 2013 Foto 1 de 16 - "É muito importante ser
positivo e aberto a desafios e mudanças, ainda que sejam difíceis.
Adaptabilidade é uma competência fundamental para qualquer profissional. Fazer
mais do que lhe foi solicitado, envolver-se em projetos e tarefas com outras
áreas da empresa, agir como se já estivesse em um cargo superior e investir por
conta própria na sua qualificação são indicativos de que a pessoa tem potencial
e já está preparada para subir um degrau na carreira. É comum ver pessoas no
nível técnico ou analistas liderarem projetos e apresentarem sugestões de
melhorias. São profissionais que influenciam positivamente seus pares, promovem
um bom clima de trabalho e certamente serão fortes candidatos a uma promoção",
Maria Fernanda Ortega, diretora de Gente e Gestão do Peixe Urbano. Por Andrezza
Czech, do UOL, em São Paulo Arquivo pessoal De acordo com Daniela, o medo pode
ser consequência do momento de transição da forma de trabalhar que vivemos
hoje. "Antigamente, você se tornava quase insubstituível se soubesse
executar determinada tarefa. Hoje, as empresas escolhem os funcionários de
acordo com o conhecimento que eles podem agregar", afirma. Ainda assim,
muitos receiam que, se os colegas souberem cumprir suas funções, eles poderão
se tornar dispensáveis. Para Janaina, tanto a culpa quanto o medo revelam
alguém muito responsável pelo seu trabalho, mas que também pode ser
centralizador, controlador e desorganizado. "É o tipo de profissional que
não compartilha conhecimento e, por isso, ninguém entenderá as tarefas dele
para substituí-lo", afirma. Livre-se desse sentimento Se o problema for o
medo de ser substituído, não há motivo para adiar suas férias. "O
profissional não constrói sua imagem em um período de 30 dias, mas ao longo dos
anos", diz Janaina. "Se o gestor tiver decidido que o funcionário
será promovido ou demitido, isso não mudará com a ausência dele durante as
férias. É uma ilusão achar que você pode controlar a situação por estar na
empresa", diz. Deixar de tirar férias na esperança de que isso resultará
em sucesso profissional é um engano. "O profissional poderá ser visto como
alguém de pouca maturidade e desorganizado. Do tipo que precisa fazer horas
extras e adiar férias para cumprir suas tarefas", afirma. Para ajudar a
reduzir o sentimento de culpa, é importante ter consciência de que recessos são
essenciais para a produtividade. "As pessoas voltam de férias com energia
para trabalhar e mais calmas para tomar decisões inteligentes", afirma
Janaina. E o se o chefe pedir para adiar as férias? É necessário fazer
concessões, mas isso não pode virar uma regra. Segundo Janaina, se o gestor
disser que precisa muito do funcionário naquele momento, mas não é a primeira
vez que suas férias são adiadas, ele pode e deve dizer que o atendeu em outras
emergências e que será improdutivo se continuar a trabalhar sem descanso.
"Cada um precisa enxergar seus limites. Isso demonstra respeito por si
mesmo e maturidade profissional", diz. Dicas para reduzir o sofrimento 1.
Planeje-se com antecedência Organize-se bem antes de tirar férias e pense em
problemas que podem surgir quando você estiver fora. Explique tudo aquilo que
deve ser feito com detalhes para quem for substituí-lo. Deixando todas as
orientações, você sairá sem receios e as pessoas não precisarão de você; 2.
Avalie o mês mais tranquilo para tirar férias Respeite a sazonalidade do seu
negócio. Veja qual o pico do seu trabalho e esteja presente nesse momento.
Escolher períodos com menores demandas para se ausentar é uma demonstração de
maturidade e responsabilidade; 3. Negocie prazos Se a empresa permitir, avalie
se vale a pena tirar férias de 15 dias a cada seis meses. Pequenos períodos
podem ser melhores para o funcionário descansar e para o chefe administrar a
ausência dele; 4. Não tenha medo de delegar tarefas Não se prenda por sua
atividade. Não é só você que deve saber como executar determinada função. O que
importa não é a tarefa, mas sua competência.
Fonte Internetnoticias.bol.uol.com.br/entretenimento/2013/01/22/
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